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Um pássaro sem poiso

Palavras soltas, livres, voando por aí

Um pássaro sem poiso

Palavras soltas, livres, voando por aí

16.11.19

Celebrando a vida


Isa Nascimento

Sentada numa pastelaria que adoro, acompanhada dos meus fiéis companheiros da leitura e da escrita, sinto-me bem.

Questiono imensas coisas que estão a acontecer na minha vida, mas sinto-me bem.

Talvez seja o efeito de um bom café, combinado com um delicioso biscoito, mas sinto-me bem.

Hoje, nem a minha insatisfação habitual com as minhas relações familiares me incomoda. Sinto-me bem.

É sábado.

Está um maravilhoso sol de inverno. O céu vestido de um esplendoroso azul.

Vou lanchar com quatro amigas com quem partilho a vida há mais de 25 anos.

Vou jantar com amigos recentes porque um deles celebra o seu 40.º aniversário.

De que me posso queixar?

Estou bem.

Sinto-me bem.

Celebro a vida.

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15.11.19

Todos temos “telhados de vidro”


Isa Nascimento

Todos conhecemos a sabedoria popular e usamos, mais ou menos frequentemente, os chamados provérbios. Pessoalmente, tenho-me deparado com eles muitas vezes e tenho vindo a dedicar algum tempo a pensar neles, apenas para chegar à conclusão de que os nossos antepassados eram mesmo sábios.

A origem dos provérbios perde-se no tempo, mas continuam a adaptar-se “que nem uma luva” às situações da vida moderna. Tantos anos volvidos e continuam a estar certos. Talvez porque a natureza humana não acompanhou o desenvolvimento tecnológico; talvez porque, apesar de todos os erros cometidos pela humanidade no passado, a humanidade atual parece recusar-se a aprender com esses erros. Antes pelo contrário, perpetuamos as nossas falhas e ainda as justificamos dizendo que fazem parte da “natureza humana”.

Enfim, nesta época de crise dei comigo a pensar que, afinal, os antigos é que sabiam. Eles bem sabiam que “quanto mais se tem mais se quer ter”, mas logo de seguida advertiam, aconselhando cuidado, pois “quem tudo quer tudo perde”! E também nos diziam para jogarmos pelo seguro, para não sermos gananciosos, pois “mais vale um pássaro na mão do que dois a voar”. Além disso, toda a gente sabe que o resultado de “dar o passo maior do que a perna” é, seguramente, um grande trambolhão.

Se lhes tivéssemos dado ouvidos talvez o mundo não estivesse a atravessar períodos tão conturbados como os de hoje. E se cada um se preocupasse mais em desempenhar bem o seu papel na sociedade do que em andar a falar da vida dos outros ou em querer ter mais e melhor do que os outros, talvez não houvesse tantos jovens violentos e revoltados que nos fazem temer seriamente pelo futuro de todos.

A verdade é que todos temos “telhados de vidro”, por isso não deveríamos atirar tantas “pedras aos dos vizinhos”.

Embora o nosso tempo seja de evolução científica, creio sinceramente que a humanidade não conseguirá evoluir socialmente enquanto não parar um pouco para observar o passado e enquanto não tiver humildade suficiente para reconhecer que os nossos antepassados estavam certos. Talvez seja tempo de assumir que estamos no caminho errado, na direção errada. Que precisamos urgentemente de pôr em ordem as nossas prioridades sociais.

Ninguém gosta de ouvir estas coisas, mas a verdade é que andamos todos mais preocupados em apontar o dedo uns aos outros do que em analisarmos o que cada um de nós podería fazer melhor, por si e pela humanidade.

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Imagem de Points Of You

13.11.19

Micronarrativa


Isa Nascimento

Apaixonei-me pela micronarrativa quando aceitei o desafio para participar na “SMS - Colectânea de Micro Narrativas Ficcionais - Volume I”, da Chiado Books.

Consistia na redação de um texto ficcional, sem título, com tema livre, que não podia ter mais de 280 caracteres (incluindo letras e espaços).

Criar uma história com princípio, meio e fim em pouco mais de 3 linhas de texto era algo que nunca tinha experimentado fazer. Adorei e continuei a desafiar-me.

É um exercício que estimula a criatividade, mas também a assertividade e a capacidade de síntese. 

 

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