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Um pássaro sem poiso

Palavras soltas, livres, voando por aí

Um pássaro sem poiso

Palavras soltas, livres, voando por aí

30.12.19

A meio da manhã


Isa Nascimento

Todos temos os nossos rituais (ou manias, se preferirem). Um dos meus rituais em dias de trabalho é beber café a meio da manhã, à frente do computador (não pode ser a seguir ao pequeno-almoço, nem pode esperar até depois do almoço, simplesmente porque não o saboreio da mesma forma). Nos dias frios sabe-me especialmente bem abraçar a caneca com as mãos, para as aquecer.

Pego na caneca, bebo um gole, pouso a caneca, escrevo uma frase, volto a pegar na caneca…

Um ritual simples, que me anima os dias. Até poderia passar sem ele, mas não seria a mesma coisa

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29.12.19

Vandalismo


Isa Nascimento

Ontem, sábado de manhã, saí para ir ao supermercado, com a intenção de parar numa cafetaria simpática lá perto, para beber o meu café e ler.

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A meio do caminho vi a porta de um restaurante toda partida, aparentemente com uma pedrada. O vidro manteve-se na porta, mas em estado muito precário.

Quando cheguei à tal cafetaria, não tinha aberto porque também tinha a porta partida. Neste caso, o vidro ficou com um imenso buraco no meio, onde passaria bem uma pessoa. O proprietário e os empregados aguardavam, cá fora, que chegasse a empresa para substituir o vidro. Não sei se roubaram alguma coisa, mas fiquei chocada com os dois atos de vandalismo, direcionados para estabelecimentos de restauração, assim tão perto um do outro.

 

O vandalismo gratuito sempre me chocou.

Baldes do lixo incendiados, grafitis em prédios e monumentos, paragens de autocarro destruídas, montras partidas… a lista é interminável.20191228_120729.jpg

 

Qual será o motor que despoleta a vontade de destruir?

Qual será o prazer que o ato gera?

Qual será a recompensa pessoal após uma ação desta natureza?

As respostas transcendem-me.

Considero o vandalismo uma das piores facetas da humanidade, infelizmente bem visível, ou exacerbada, nas cidades.

É certo que os danos por vandalismo ou roubo fazem parte dos riscos de um negócio com porta aberta para a rua. É muito provável que façam parte dos danos cobertos pelo seguro do estabelecimento e que o prejuízo financeiro possa ser (quase) totalmente ressarcido. E os danos emocionais, como se resolvem?

Ao ver aquelas pessoas perante uma porta destruída e impossibilitadas de começarem a trabalhar, imaginei o que terão sentido quando aí chegaram, bem cedo, para iniciarem mais uma jornada para garantir o seu sustento.

A revolta… a impotência, o desequilíbrio emocional que se transforma numa náusea de corpo inteiro e chega a causar o vómito…

Não faço ideia, mas senti-me solidária, desejando-lhes uma rápida resolução do problema e sem sequelas.

Lamentei a existência de tanta gente psicologicamente doente, capaz de cometer atos de vandalismo e atrocidades ainda maiores neste mundo em que vivemos, e desejei que este cenário possa melhorar, no Ano Novo que agora chega (ou num dia vindouro).

 

 

27.12.19

Contra a corrente


Isa Nascimento

Há um oceano entre nós

Cada um no seu barquinho

Navegando, impotentes

Contra a corrente que nos aparta

 

De vez em quando as marés e os ventos

Vêm em nosso socorro

Reunindo-nos

Algures no meio desse oceano

 

Entrelaçando nossas âncoras

Por momentos acreditamos

Jamais nos perdermos

Da vista

Do pensamento

Do coração

 

Até que as correntes

Do mar que nos separa

Da vida que nos afasta

Indomáveis e revoltas

Nos desentrelaçam novamente

 

Abril de 2018

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25.12.19

Natal


Isa Nascimento

Hoje é Natal.

Não é o dia das prendas

Nem dos excessos de comida e bebida.

Hoje é dia de celebração.

Celebração da família,

Da união, da tolerância e do perdão.

 

Hoje é dia de recordar

A bondade de Jesus Cristo

E o que nos pediu:

Amai-vos uns aos outros como eu vos amei.

Ele pode não ter existido.

Pode não passar de um mito.

Nem interessa se acreditamos ou não.

Aquelas palavras valem por si só.

E como seria muito melhor este mundo

Se nos amássemos uns aos outros como ele nos amou.

 

Dezembro de 2014

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24.12.19

Quando o simples se torna especial


Isa Nascimento

Não sou fã do Natal. Nunca fui. Contudo, a família grande e unida vai-me levando consigo na sua celebração, ano após ano. Nem tinha pensado refletir sobre esta festa aqui no meu blogue, mas recebi uma oferta muito especial de uma jovem que, tal como eu, não nasceu em Portugal, mas por cá vai assentando raízes.

Quis o destino que nos cruzássemos um dia e que a minha família ficasse ainda maior com a sua inclusão. Tornou-se a minha filha adotiva. 

Esta jovem adora desenhar e pintar e gosta de criar presentes personalizados, pensados para a pessoa a quem se destinam. Tive a felicidade de, mais uma vez, ter sido presenteada com dois desses preciosos objetos totalmente concebidos pelas suas próprias mãos.

Assim, não podia deixar de aproveitar o dia de hoje, o simbólico dia da partilha, do amor e da gratidão, para partilhar o meu encantador e especial presente do Natal de 2019, desejando a quem me lê um Natal cheio de harmonia no seu coração

Um grande bem-haja pelo vosso interesse na minha escrita.

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22.12.19

Temor


Isa Nascimento

Acompanha-me o indefinido

Dia a dia repetido

Para me atormentar a razão.

Num dia estou bem, no outro já não.

 

Saudade, frustração ou nostalgia

Presa no fundo fica essa dor.

De nada vale a ideologia

Não me abandona o temor.

 

Temor por mim e por nós.

Medo de ficarmos sós.

 

Outubro de 2011

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