Sofremos porquê?
Sofremos porque interpretamos.
Sem interpretação não haveria sofrimento. Mas não é humanamente possível não interpretar aquilo que percecionamos. A única coisa que podemos fazer é (tentar) controlar o impacto que as vivências têm sobre nós.
Esta tarefa é árdua e difícil, pois o processo interpretação->emoção acontece no nosso cérebro de forma automática e inconsciente, como se não o pudéssemos controlar.
Mas podemos. Se pouco podemos fazer em relação aos acontecimentos externos, como, por exemplo, os acidentes e os problemas das pessoas que amamos, podemos, efetivamente, intervir sobre o seu impacto em nós.
É possível escolher não nos deixarmos afetar por algo a um nível que nos impeça de viver “normalmente”, que condicione irreversivelmente a nossa felicidade.
Este processo de “digestão” e “assimilação” dos eventos da vida não é, simplesmente, arrumá-los na gaveta. Tem etapas de análise, compreensão, relativização e aceitação que, por vezes, demoram anos a cruzar a meta.
Contudo, se nos dispusermos a isso, o tempo cura mesmo (quase) tudo.