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Um pássaro sem poiso

Palavras soltas, livres, voando por aí

Um pássaro sem poiso

Palavras soltas, livres, voando por aí

27.01.23

Murmúrios


Isa Nascimento

Sob o céu marmoreado

As árvores murmuravam.

Não entendi o que diziam,

Mas senti que sofriam.

 

Talvez tivessem frio

E pedissem aconchego,

Ou então chamavam pelos pássaros

Por não lhes ouvirem o canto.

 

Talvez ralhassem com a humanidade,

Abanando os seus ramos com vigor,

Ou então cantavam baixinho

Um hino de esperança desvanecida.

 

Nunca cheguei a saber.

Seguiram murmurando aos céus,

E eu sentindo o seu sofrer.

 

Março de 2022

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23.01.23

Arco-íris


Isa Nascimento

Há sempre qualquer coisa de mágico e especial num arco-íris.

Para além de ser extraordinariamente belo (penso que esta qualidade é bastante consensual), tem o dom de ativar a nossa imaginação (pelo menos a minha).

Por muito que saiba que se trata de “um fenómeno ótico que resulta da refração da luz branca nas gotas de água presentes na atmosfera”, o meu espanto começa logo aí: como é que aquelas pequenas gotículas esvoaçantes conseguem separar a luz branca nas sete cores do arco-íris?

Sei que não há mistério algum por detrás disso, que a física explica isso tudo muito bem, mas… como é que a nossa Mãe-Natureza o consegue fazer assim, em arco perfeito, maravilhosamente pintado no céu?

Não há explicação que diminua a minha admiração.

 

E são tantas as histórias nele inspiradas que é impossível não começar a magicar quando o meu dia me brinda com tal presente.

 

Para onde vai aquela estrada celestial?

Estarão os anjos entretidos a pintar para não se aborrecerem?

Aquela casa onde termina senti-lo-á?

E o pote de ouro, será que alguém já o encontrou?

 

Simplesmente adoro arcos-íris!

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03.01.23

Alvorada


Isa Nascimento

Já não é noite!

Exclamou contente uma menina de uns cinco anitos, que seguia de mãos dadas com a mãe. 

Nem o passo acelerado para apanhar o barco no pós-festas nem a hora madrugadora da manhã a impediram de apreciar a novidade que o Ano Novo lhe trouxera.

No espaço das férias de Natal, uns meros dez dias, desaparecera a noite e nascera o dia!

A menina estava feliz. E eu sorri com ela.

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