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Contornos indefinidos se vislumbram
Atrás das vidraças foscas
Marcadas pelas intempéries
Por nada revelarem em concreto
Dou largas à imaginação
Aliciada pelas cores exuberantes
De um par de tapetes num estendal
Calço as sapatilhas coloridas
Que arejam na mesma corda
Inventando os caminhos percorridos
Pl’a personagem que as estendeu
Que pessoa será essa
Que gosta de tons garridos
E de escancarar a janela?
Será ele, será ela?
Pouco ou nada importa
Neste meu mundo imaginário
Refletido nos vidros anciãos
Vejo crianças a brincar
Em carpetes de arco-íris
De sorriso inteiro no rosto
O sorriso da inocência
Sincero e espontâneo
Que só à infância pertence
E me enleva no seu encanto
Agosto de 2020