Chovem lágrimas
Oiço a chuva lá fora
E deixo-me embalar por ela,
Num misto de nostalgia e saudade
Entregando-me à preguiça e à inércia.
O som das gotas nos degraus metálicos
Das escadas das traseiras
Ecoa no espaço e no tempo
Entoando prantos cansados.
Um cântico sereno, reconfortante.
De sábias vozes ancestrais
Falando baixinho comigo
Revelando segredos antigos.
Por ali fico, escutando-as,
Rindo e chorando só,
Numa solidão apaziguante
Minha amiga e confidente.
Outubro de 2020