Conto de fadas
Sentada, sozinha, numa esplanada
Escrevo o meu conto de fadas
Há uma princesa irresistível
Rapidamente desejada
Por um belo príncipe encantado
Que tudo fará para a libertar
Da solitária fria e escura
Onde se encontra aprisionada
Condenada à solidão, vida após vida,
Alma reencarnada com o mesmo destino
Tenta agora alcançar uma mão
Que a puxe daquele silêncio gelado
Onde foi deixada quando nasceu
Procuro um final feliz para a história da minha princesa
Dando-lhe uma fada madrinha bondosa
Que transforma as cadeiras em tufos de flores
E as mesas em espelhos de água
Onde nadam as beatas feitas peixes dourados
Nesse jardim assim sonhado
Há luz e paz
E um príncipe encantado
Que dança com ela ao canto do rouxinol
E lhe segreda ao ouvido que nunca mais estará só
Um avião ruge no céu
Ecoando como um trovão
Desmanchando o sonho
Calando a promessa
Agosto de 2018