Descrença
Ceifaria a minha vida
Se para isso tivesse coragem
Bem sei que exagero
Mas essa consciência leva-ma a impotência
Que todos os dias me consome mais um pouco
Deixando um vácuo de desalento
Descrente em mim e nos outros
Esvaziada de contentamento
Num descontentamento triste
Enfadonho e negro
Que me leva a questionar o porquê
Desta minha existência inconstante
Variável como o temperamento do mar
Imprevisível como a força da tormenta
Que tudo derruba à sua passagem
E ninguém sabe quando partirá
Resta a esperança da bonança
Que um dia, certamente, virá
Se não for eu antes
Janeiro de 2019