Desacerto
Dias de desatino, estes
Em que não acerto no que faço
Em desvarios constantes,
Sem tino, feita laço.
A garganta num nó
Sem palavras que me valham,
Seja quando estou só
Ou os juízos me falham.
Em dias de desacerto suspensa
Presa pelas pontas apenas,
Nem a sensatez compensa
Os absurdos às centenas.
Sim, poderia a culpa atribuir-te
Por estas ausências de lucidez,
Mas seria somente para ferir-te.
Assim sou, desde o ato que me fez.
Setembro de 2020