Em cacos
Pés de barro
Que se vão desfazendo
A cada obstáculo transposto
Os cacos semeados ao longo do trilho
Lembram os sonhos desfeitos
As palavras perdidas
Gritadas
Não ouvidas
As peças que ficaram pelo caminho
Caídas quando as mãos se apartaram
E os abraços afrouxaram
Ficaram por lá esquecidas
Num ato de criação contida
De coração empedernido
Prolongam-se as noites
Nas horas estéreis
Infecundas
Onde o tempo navega
Sem porto onde atracar
Março de 2018