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Um pássaro sem poiso

Palavras soltas, livres, voando por aí

Um pássaro sem poiso

Palavras soltas, livres, voando por aí

04.11.19

Haverá mais dignidade na morte do que na vida?


Isa Nascimento

Há uns anos atrás assisti à 8.ª edição do Colóquio dos Jovens Filósofos, no Barreiro.

Na altura, a eutanásia era muito debatida e foi abordada por um grupo de alunos sob o tema

Haverá mais dignidade na morte do que na vida?

Foi um assunto polémico, gerando grande debate na audiência repleta de jovens adolescentes do ensino secundário. Recordo-me de ter respondido “sim” àquela pergunta por estar convicta de que estar vivo não significa viver, muito menos viver minimamente bem. Não gostei de me imaginar sem qualquer controlo sobre o meu corpo, vendo a minha pessoa limitada ao desempenho das funções fisiológicas básicas.

Infelizmente, cinco anos volvidos após esse “sim”, volto a deparar -me com esta questão da “dignidade da vida”, mas agora “ao vivo e a cores”.

Uma pessoa que amo muitíssimo vive sem viver. Sobrevive em estado vegetativo sem qualquer capacidade de comunicação ou interação com o mundo… A pouca expressão que conseguimos perceber nos seus olhos transmite desespero e sofrimento.

Se aquela pessoa pudesse ter tido opção de decisão sobre o seu futuro, o que acharia mais digno, viver assim ou morrer?

Eu, quando vejo o seu enorme mal-estar e nada posso fazer para o aliviar, o que desejo no meio de um gigantesco sentimento de frustração e impotência?

Não sei…

Só sei que não há qualquer dignidade em viver assim.

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