(In)decisão
Em modo zombie
Robótico
Afugentando os buracos negros da mente
Como os espantalhos espantam os pardais das searas
Náuseas, azia, enjoos
Todos os sinais das tripas
Alertando para o perigo adiante
Tornam a marcha vacilante
Envenenando de dúvidas o pensamento
Enchendo de incertezas a decisão
Qual decisão? Por onde anda ela?
Embrulhada, algures, no estômago que se revolve
Subindo e descendo na crista das ondas
Ondulando ao vento, pelo vento, contra o vento
Nas asas de um pássaro ferido
Perdido
Que a leva para parte incerta
Em modo morto-vivo
Maquinal
De tez franzida e olhos cerrados
Segue, perscrutante, às apalpadelas
Em vão procurando por ela
Junho de 2020