Invisível
É tão fácil pisar a flor à beira do caminho
Enquanto praguejamos contra as pedras
Que nos dificultam a jornada
Nem a vemos, cegos, no alto da nossa soberba
Indiferentes à sua delicada existência
Que tanto nos pode ensinar
Poucos são os que olham o chão que pisam
Preferindo deixar-se levar sem ver por onde
Aliviando assim o peso da consciência
E o fardo da responsabilidade descartada
Poucos são os que param para a apreciar
Rendendo-se ao seu encanto frágil
Protegendo-a do desprezo e do desdém
Tantas vezes dedicado às pequenas flores da vida
Outubro de 2020