Pescador
Um pescador solitário
pescava no meio do rio.
Ali estava, tranquilo,
no seu barquinho frágil,
indiferente aos que passavam
e aos olhos que nele poisavam.
Baloiçava o seu barco
na ondulação provocada
por outra embarcação,
que com ele se cruzava
nas águas partilhadas.
Mas nada o atemorizava.
A cabeça não levantava
Nem desviava o olhar,
Fitando o colo, os pés,
As mãos ou o convés…
Ninguém sabia,
pois tudo escondia.
Lá ficou descansado
no rio novamente calmo.
Cada vez mais pequenino,
de contorno indefinido,
fez lembrar um menino
brincando no tanque d’aldeia.
Setembro de 2020