Redenção
Será que é isso que procuro?
Se for
De que será que procuro redimir-me?
Da arrogância do passado
Talvez até de vidas passadas
Que esta vida aplacou?
Dos fardos carregados
Penosamente, sem compaixão,
Que vêm agora assombrar-me?
Talvez por muitos anos de cegueira
E enganos
De traição à minha alma.
Quiçá por tanto vacilar
Tão pouco me escutar
E tantas vezes para trás me ficar.
Um dia, se a encontrar
Essa redenção incolor e disforme
Sossegará o meu sono por fim?
Setembro de 2020