Sem-abrigo
Por onde andas tu, minha morada
que procuro e não te encontro?
Para lá da planície
onde o meu olhar não te alcança?
No fundo do lago
onde não há luz que te ilumine?
Entre as dunas do deserto
onde o sopro do vento te desvanece?
No fundo de uma viela estreita
Te vislumbro e corro para te alcançar,
Mas sem sorte vai esta minha senda
Cheguei tarde para te habitar.
Sumiram-se as vidraças dos caixilhos quebrados,
Entra o frio pela porta entreaberta.
Nada me detém nem convida a ficar,
Sigo o meu caminho sem te achar,
Sem parar de te buscar.
Julho de 2021