Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

Um pássaro sem poiso

Palavras soltas, livres, voando por aí

Um pássaro sem poiso

Palavras soltas, livres, voando por aí

29.12.19

Vandalismo


Isa Nascimento

Ontem, sábado de manhã, saí para ir ao supermercado, com a intenção de parar numa cafetaria simpática lá perto, para beber o meu café e ler.

20191228_120927.jpg

A meio do caminho vi a porta de um restaurante toda partida, aparentemente com uma pedrada. O vidro manteve-se na porta, mas em estado muito precário.

Quando cheguei à tal cafetaria, não tinha aberto porque também tinha a porta partida. Neste caso, o vidro ficou com um imenso buraco no meio, onde passaria bem uma pessoa. O proprietário e os empregados aguardavam, cá fora, que chegasse a empresa para substituir o vidro. Não sei se roubaram alguma coisa, mas fiquei chocada com os dois atos de vandalismo, direcionados para estabelecimentos de restauração, assim tão perto um do outro.

 

O vandalismo gratuito sempre me chocou.

Baldes do lixo incendiados, grafitis em prédios e monumentos, paragens de autocarro destruídas, montras partidas… a lista é interminável.20191228_120729.jpg

 

Qual será o motor que despoleta a vontade de destruir?

Qual será o prazer que o ato gera?

Qual será a recompensa pessoal após uma ação desta natureza?

As respostas transcendem-me.

Considero o vandalismo uma das piores facetas da humanidade, infelizmente bem visível, ou exacerbada, nas cidades.

É certo que os danos por vandalismo ou roubo fazem parte dos riscos de um negócio com porta aberta para a rua. É muito provável que façam parte dos danos cobertos pelo seguro do estabelecimento e que o prejuízo financeiro possa ser (quase) totalmente ressarcido. E os danos emocionais, como se resolvem?

Ao ver aquelas pessoas perante uma porta destruída e impossibilitadas de começarem a trabalhar, imaginei o que terão sentido quando aí chegaram, bem cedo, para iniciarem mais uma jornada para garantir o seu sustento.

A revolta… a impotência, o desequilíbrio emocional que se transforma numa náusea de corpo inteiro e chega a causar o vómito…

Não faço ideia, mas senti-me solidária, desejando-lhes uma rápida resolução do problema e sem sequelas.

Lamentei a existência de tanta gente psicologicamente doente, capaz de cometer atos de vandalismo e atrocidades ainda maiores neste mundo em que vivemos, e desejei que este cenário possa melhorar, no Ano Novo que agora chega (ou num dia vindouro).

 

 

8 comentários

Comentar publicação